Na Europa, carros elétricos já estão sendo descartados em ferro-velho
Nos últimos anos, a presença de carros elétricos chineses nas ruas tornou-se uma visão comum. Marcas como BYD e MG lideram essa transformação, trazendo uma nova dinâmica ao setor automotivo. Agora, esses veículos também começam a aparecer nos ferros-velhos, sinalizando que completaram seu ciclo de vida, assim como qualquer outro automóvel.
Essa mudança representa um marco significativo para a indústria de reciclagem automotiva. A chegada de modelos elétricos aos desmanches não apenas indica a maturidade do mercado, mas também apresenta novos desafios e oportunidades para o setor de manutenção e economia circular.
Como a reciclagem automotiva está se adaptando
A introdução de veículos elétricos nos ferros-velhos exige uma adaptação rápida da indústria de reciclagem. Especialistas apontam que, embora o número de peças reutilizáveis seja semelhante ao dos carros tradicionais, a natureza dos componentes elétricos e sua disponibilidade para reposição diferem significativamente.
Os desmanches agora enfrentam o desafio de lidar com baterias de alta tensão e sistemas eletrônicos complexos. Isso requer novas técnicas de desmontagem e reciclagem, além de uma infraestrutura adequada para lidar com esses materiais de forma segura e eficiente.
Desafios logísticos para as montadoras chinesas
As montadoras chinesas, como a BYD, estão se esforçando para melhorar a logística de distribuição de peças. Enquanto algumas peças comuns chegam rapidamente, outras podem levar semanas para serem entregues.
Essa demora pode comprometer a viabilidade de muitos reparos, pois o custo e o tempo de espera podem tornar o conserto economicamente inviável.
Para mitigar esses desafios, a BYD está negociando com o governo brasileiro a redução de impostos sobre a importação de kits de montagem, conhecidos como SKD (semi knocked-down). A proposta visa reduzir a alíquota de importação, facilitando a montagem final dos veículos no Brasil e acelerando o início das operações locais.