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Engenheiro monta megaoperação para evitar que cidade afunde no mar

Veneza, conhecida mundialmente como a “cidade flutuante”, enfrenta um desafio constante: o afundamento gradual. Nos últimos cem anos, a cidade afundou cerca de 25 centímetros, enquanto o nível do mar subiu quase 30 centímetros desde 1900. Esta combinação de fatores resulta em enchentes frequentes e um contínuo afundamento, ameaçando a integridade de uma das cidades mais icônicas do mundo.

Para os moradores, a localização insular da cidade, que historicamente ofereceu proteção contra invasões, agora apresenta desafios significativos. As marés estão cada vez mais altas e frequentes, agravadas pela crise climática, e a cidade continua a afundar cerca de dois milímetros por ano devido a processos naturais de subsidência.

É possível elevar Veneza?

Em meio a este cenário desafiador, surge uma proposta inovadora de Pietro Teatini, professor associado de hidrologia e engenharia hidráulica na Universidade de Pádua. Ele sugere uma abordagem ousada: bombear água para o subsolo profundo da cidade, elevando o solo sob Veneza e, consequentemente, toda a cidade.

Esta ideia, que parece saída de um filme de ficção científica, poderia dar a Veneza um “fôlego” de cerca de 50 anos, tempo suficiente para encontrar uma solução definitiva.

O plano de Teatini envolve a perfuração de poços ao redor de Veneza, dentro da lagoa, para injetar água em aquíferos localizados a profundidades entre 600 e 1.000 metros. A inspiração veio de reservatórios subterrâneos de hidrocarbonetos no Vale do Pó, onde o solo sobe quando os reservatórios são preenchidos e desce quando o gás é consumido.

Este método poderia elevar a cidade em até 30 centímetros, oferecendo uma solução temporária, mas crucial.

Desafios e riscos

Embora a proposta de Teatini seja promissora, ela não está isenta de desafios e riscos. O processo de injeção de água deve ser cuidadosamente controlado para evitar rachaduras e instabilidades no solo. A ideia é manter uma pressão baixa, com aditivos que expandem o solo sem rompê-lo.

Além disso, o projeto requer um teste piloto para garantir sua viabilidade e segurança.

Outro desafio é a resistência de alguns especialistas, que expressam ceticismo quanto à eficácia da proposta. No entanto, Teatini argumenta que, com estudos e testes adequados, sua abordagem pode ser uma solução viável para ganhar tempo enquanto se busca uma estratégia mais definitiva para enfrentar o aumento do nível do mar.

Clyverton da Silva

Jornalista e revisor, especialista em benefícios.

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