A perícia médica do INSS é um momento importante para quem precisa solicitar um benefício por invalidez, como o auxílio-doença.
Nesse processo, é importante agir com cautela, pois a forma como você se comporta e o que você diz pode impactar diretamente o resultado. Muitas vezes, as negativas do INSS são frequentes, então é essencial estar bem preparado.
Antes da Perícia
Antes de se preocupar com o que dizer durante a perícia, é fundamental entender como funciona o processo de solicitação de auxílio-doença. Para agendar uma consulta, basta acessar o site do INSS ou ligar no telefone 135.
Mesmo que você acredite que seu caso envolve aposentadoria por invalidez, a solicitação de benefício começa sempre com o auxílio-doença. Além disso, é importante revisar todos os requisitos para saber se você tem direito ao benefício, e entender as diferenças entre um afastamento por doença e um afastamento por acidente.
8 dicas para se preparar
Evite exagerar ou inventar sintomas
Ao ser questionado pelo perito, é fundamental ser honesto e direto sobre os sintomas que você realmente está sentindo. Exagerar ou inventar dores e problemas pode prejudicar sua adição, já que o perito possui experiência para identificar discrepâncias entre o que é relatado e o que é visivelmente observado.
Dizer que você sente dores intensas em várias partes do corpo, mesmo que você não tenha, pode ser facilmente detectado, o que pode comprometer a análise do seu caso.
Não fale de doenças que não sejam o foco do exame
Muitas pessoas têm uma tendência a listar todas as condições de saúde que possuem, mesmo aquelas que não têm relação com a incapacidade para o trabalho no momento. Durante a experiência, o foco deve ser uma doença ou lesão que está impedindo você de trabalhar.
Falar sobre outras condições que não afetam diretamente sua capacidade laboral pode fazer o perito perder o foco e comprometer o tempo da avaliação.
Evite relatar sintomas irrelevantes
Embora seja importante mencionar as dificuldades que a doença causa para o trabalho, é essencial focar nas limitações que impactam diretamente suas funções profissionais.
Dizer, por exemplo, que você não consegue mais jogar futebol nos finais de semana por conta de uma dor no joelho pode não ser relevante, a menos que seu trabalho envolva atividades físicas intensas, como o caso de um atleta. Foque nas especificações que impactam sua capacidade de executar as tarefas do seu trabalho.
Não fale sem ser questionado
A perícia médica do INSS tem um tempo limitado, e o perito provavelmente terá várias questões específicas para fazer. Evite começar a falar sobre sua condição antes de ser questionado.
Falar demais e apresentar informações que não foram solicitadas pode fazer com que você passe uma impressão negativa, como se estivesse tentando convencer o perito de algo que não é necessário.
Não exagere no impacto dos sintomas no seu dia a dia
É importante ser sincero sobre como os sintomas afetam sua vida cotidiana, mas exagerar pode prejudicar sua experiência.
Por exemplo, se você menciona que uma dor nas costas impede até de sair da cama, sendo que você realiza outras atividades normalmente, pode ser interpretado como uma tentativa de enganar o perito. Seja verdade, mas sem criar uma imagem exagerada da sua condição.
Evite fazer comparações com outras pessoas
Fazer comparações com a condição de outras pessoas pode dificultar sua avaliação. Por exemplo, dizer que “o João tem o mesmo problema, mas consegue trabalhar” pode ser mal interpretado. Cada caso é único e o perito avaliará sua condição com base em sua realidade, não na experiência de outras pessoas.
Não fale sobre “ficar encostado” ou se beneficiar do sistema
Frases como “quero me encostar” ou “só estou pedindo o benefício porque não consigo mais trabalhar” não são recomendadas. Isso pode transmitir a ideia de que você não está buscando uma solução para sua saúde, mas sim um benefício sem justificativa adequada. O foco da perícia deve ser sempre na sua real incapacidade de exercer suas funções laborais.
Evite se distrair ou demonstrar impaciência
A perícia é um processo sério e, muitas vezes, rápido. Evite demonstrar ansiedade ou impaciência durante o exame. Falar o tempo todo sobre sua frustração com a demora ou com o processo pode dificultar sua avaliação. Mostre-se calmo e cooperativo, permitindo que o perito conduza a perícia de maneira eficiente.
Depois da Perícia
Se, após uma perícia, você sentir que não foi bem atendido ou que o perito não lhe deu a devida atenção, não vale a pena discutir naquele momento. A melhor atitude é registrar uma autorização formal diretamente no INSS. Isso pode ser feito de forma online através da ouvidoria ou pessoalmente na agência onde a perícia foi realizada.
O resultado da perícia é geralmente liberado no mesmo dia à noite, e você pode consultá-lo através do telefone 135, do site do INSS ou do aplicativo “Meu INSS”. Contudo, lembre-se de que, por respeito à avaliação do perito, não é recomendado perguntar sobre o resultado durante a perícia.
Para que a avaliação seja justa e eficaz, evite exageros, fale a verdade e foque nas limitações que realmente afetam a sua capacidade de trabalho. Lembre-se de que o perito está ali para avaliar sua condição com base em fatos e evidências, e não para julgar seu caráter.
